Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Horizonte

Naquela madrugada finalmente despertei de todos os invernos consequentes dos dias mal dormidos. Não me entreguei as ilusões dos tenebrosos amores insensatos, que me perseguiram fora dos meus sonhos quando decidi seguir vivendo. E sigo meus caminhos, sigo fora do meu mundo, caindo da muralha, bombardeando as nuvens tempestuosas que trazem os pesadelos inacabados que se expandem a cada olhar que se perde quando não encontra a esperança de um novo dia.

E, naquela manhã chuvosa, foi quando vi a luz entre as nuvens. Segui um instinto natural que queria apenas levantar e entrar na chuva. Não sei onde vi as pessoas estenderem as mãos, mas deixei pra depois, já sabia onde estava. Vivo partes de pesadelos dentro de sonhos inconscientes, quase embriagados, esperando serem tocados pela magia de um doce veneno que pudesse congelar aquele instante para sempre. Onde as luzes brilham ao relento, carregam o imaginário, despertam a realidade, buscando os relâmpagos que os despertariam para outros mundos, além de onde poderiam acordar.

E aquela tentativa de ir além, apaguei os rastros de onde passei, deixei as portas abertas nos quartos escuros, e, ainda assim era possível ouvir as lágrimas que tocam o ar sobre o teto coberto de um passado que nunca aconteceu... num mundo tão distante quanto todos os pensamentos um dia prometeram que eu chegaria. Lugares que só pude ver quando fechei os olhos e não mais abri. Naquele momento que enfim encontrei a paz, começando uma nova caminhada.