Hoje contemplo toda a insensatez que deixei debaixo dos carpetes pregados no teto da imaginação vespertina de uma criança. Deixo pra depois a nostalgia que ainda não veio daquele dia que nunca aconteceu. Queria me lembrar do dia de ontem. Não me lembro o que fiz até chegar aqui, ou por onde passei até desmaiar ali.
Aqueles trovões vespertinos inspiraram trovadores e seus cantos. Os galhos que derrubam as folhas cantam sua música enquanto a neve tece seus dilemas sobre o triunfar dos raios de sol atravessando as janelas entre-abertas abandonadas no vilarejo do perdão. Entre os muros da derrota, esconde-se a desilusão inscrita no pergaminho há muito perdido daqueles que um dia deixaram-se levar por seus próprios desastres. Os temores correm por entre as frestas deixando seu rastro para serem encontrados pelos predadores. Eis que a linha temporal escorre pelos ralos no meio da parede deixando a sanidade monumental que fora desprezada.
O som daquele silêncio ensurdecedor que há pouco ouvi me fez voltar alguns passos adiante e olhar para o lado oposto de onde nunca estive enquanto caminhava. As pedras que caíram no céu seguiram adiante, fluindo pela imaginação do arco-íris que voltava do seu encontro com o sol sob a luz do luar. Ainda vejo as páginas marcadas do livro que deixei sobre os arbustos do parque naquele outono sob a escrivaninha de metal envelhecido por passar tanto tempo correndo em um futuro que não há memória.
Distúrbios comoventes ainda circulam pela cozinha do quintal daquele pintassilgo que um dia conheci quando me deixei levar pelo minuano até o espaço, quando perdi o folego ao me levantar em cima da lona daquele circo que nos deixou cair cachoeira abaixo quando a chuva parou e o gelo deixou de se esconder para encontrar por meros segundos, aquele paradoxo incontestavel que o levou para baixo das flores secas de verão.
"O som daquele silêncio ensurdecedor que há pouco ouvi me fez voltar alguns passos adiante e olhar para o lado oposto de onde nunca estive enquanto caminhava" foi umas das melhores frases que li ultimamente e que deu o tom do texto,excelente como sempre.Mas ele também me remeteu à uma poesia minha...ela me veio à cabeça:
ResponderExcluirNUANCES
E o calor foi se acabando
Não dura para sempre o verão
Outra era está chegando
Sinto esfriar o coração
Decidindo pela superação
Vejo cair as folhas no outono
Elas não me tiram mais o sono
São só fenômenos da estação
Mas o evento interno
De tentar manter viva a memória
Congelou-se com o inverno
Deu outro rumo à história
Nada mais será como era
Aceitação é a melhor das escolhas
Somente observo a queda das folhas
E aguardo em paz a primavera...
(A.P.QUEIROZ )
Lindo como sempre!
ResponderExcluirInspirado você hein!
Ka
"Hoje contemplo toda a insensatez que deixei debaixo dos carpetes pregados no teto da imaginação vespertina de uma criança." = drogas
ResponderExcluir"Deixo pra depois a nostalgia que ainda não veio daquele dia que nunca aconteceu." = drogas
"Não me lembro o que fiz até chegar aqui, ou por onde passei até desmaiar ali." = drogas
Preciso continuar? Eu acho q não.
E nem tentei achar uma "história" no texto, vi a coisa mais como um sonho desconexo em q a sonoridade da união das palavras vale mais q o sentido.
hahahahahahahahahaha
Excluirmas tem uma história camuflada... vc conhece...
e vc cismou q andoc/ isso, né... ok, confesso, qdo escrevo um texto eu acendo insenso, conta como drogas????
hahahahahahahahahahaha