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sexta-feira, 30 de março de 2012

Caleidoscopio sem Cores

Eu acordei de uma metáfora, correndo entre as mimeses que ficariam para trás. Vi aquele enxame de ditongos perecer diante da violência infindável das proparoxitonas que deixaram-se enganar por seu rei. Perderam seu castelo vogais, e eu, eu vi isso tudo. Na minha frente. Não sei se eu poderia fazer algo, ou se queria fazer, mas não fiz nada. Ante a indiferença artesanal daquele sarcasmo perdido, que se ergue ao encontro da ironia desprezível de um destino que se frustrou entre as paredes bélicas de uma metonímia.

Eu acreditei cegamente num olhar platônico que nunca pôde cumprir suas promessas dos natais passados. A areia escaldante presa na ampulheta que percorreu o mesmo caminho derrubou a antítese paralela de uma figura numa meta linguagem que nunca existiu. Os versos e as prosas se separam pelas retas, evitam todos os cálculos filosóficos, tentam redescobrir a química que perderam, mas eu não posso ajudar mais, já deixei para trás todos os logarítimos de uma vida dentro dos recipientes isotônicos naquela caverna de ilusões.

Não sei por onde vou. Ou onde posso encontrar a prudência amorosa de um hiato subindo cada vez mais alto em uma vertigem alucinante, que se perde no coração da prudencia ao bater de frente com a retórica daquele pleonasmo de silício. Nada mais será como as pessoas se lembram. Mas como ficará a minha mente no meio disso tudo? Uma complexa cacofonia dentro das paredes de cromo de uma elipse de zinco.

Agora sei onde deixei aquele paradoxo ambíguo. Tudo que é, vai deixar para trás. Como um escândio construído a partir de uma onomatopéia... vai ficar pelo caminho... ahh agora a ironia sorri feliz ao lado do sarcasmo...

2 comentários:

  1. Cara...O que eu poderia dizer sobre o que acabei de ler?

    “Há tanta suavidade em nada dizer.E tudo se entender”
    (Fernando Pessoa)

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  2. KCT, Rafael. Esta porra deste texto está mais nerd do o meu cérebro suporta. Tive que consultar duas vezes o dicionário p/ poder continuar lendo.

    De certa forma, dá uma sensação de luta, como se vc buscasse todos os recursos línguisticos (é esse o termo?) p/ poder se expressar e como se nem todos eles fossem o bastante.

    E no final vc se redimiu do excesso de nerdice: "agora a ironia sorri feliz ao lado do sarcasmo" foi simplesmente genial.

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