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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Distantes


Afinal, o quão longe eles poderiam chegar? Perguntavam isso o tempo todo, mas nunca em voz alta. Tinham dúvidas de quem realmente se tornaram. Estranhos perfeitos, perdidos no horizonte. Eles acreditaram que podiam ir além, que poderiam brilhar, que as estrelhas eram apenas faíscas ofuscando momentaneamente a escuridão. Era onde queriam ir. Além do que poderiam esperar de seus destinos. Eles cairam várias vezes. Eles brigaram várias vezes. O mundo é seu palco. Tudo desmoronava quando eles caminhavam, o tempo parava quando corriam, o caos parecia perseguir suas escolhas. Toda tragédia é consequencia de uma escolha que deu errado em algum momento.

Nunca mudam. As idéas seguem planos diferentes, opostos, mas em algum momento, um único erro e tudo desmorona, quando as paredesdo oasis começam a ruir, o oceano desperta suas lágrimas ao sol, que despeja sua escuridão despojada para eles e o ciclo começa novamente. Eles pairam quando pensam de verdade o quão longe poderiam mesmo chegar. Perfeitos estranhosnum paraíso de uma ilusão que não os levou a lugar nenhum. Eles acreditam que tudo está vindo contra eles, mas permaneceram lado a lado, só para dar mais uns passos e então descobrir o quão longe poderiam chegar. Os castelos sempre abrem os portões na mesma hora.

Quando a lua se despede das luzes ao redor, seu coração extravasa o impeto do amago amargurado, é quando eles decidem que está na hora. É hora de ver o quão longe podem chegar... a partir daqui, só falta mesmo, saberem quem são, não sabem nada um do outro, mas estiveram juntos até aqui, numa jornada que até então não sabiam se estavam juntos ou competindo, mas não importava, parecia estar no fim, parecia que eram mesmo estranhos presentes um para o outro. Rodeados do vazio, cercados de almas que não os levaram tão longe quanto queriam, mas sem nem ao menos saber quem são, eles se vão. Como já deveria ter sido, é o mais longe que poderiam ter ido. até aqui.

Um comentário:

  1. O tempo e o espaço são relativos...portanto podemos andar milhas e milhas para chegar “logo ali” e dar apenas alguns passos para alcançar o outro lado do mundo...Porque o mundo está dentro de nós,tem o nosso tamanho,assim como dizia Fernando Pessoa “O Homem é do tamanho dos seus sonhos” .Então,como numa equação aritmética,o mundo é do tamanho dos nossos sonhos...E lembrando Também Richard Bach : “longe é um lugar que não existe”....E mesmo o que não parece mudar,sempre muda.Nada é imutável.Tudo é impermanente.O erro pode ser o acerto e vice- versa. Ao perder-se encontramos novos caminhos e vamos até onde queremos ir...

    "You will return to Heaven whether you have loved God in the right way or not. There is no place else to go."
    (Neale Donald Walsch)

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