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domingo, 11 de dezembro de 2011

Arbusto na Lua

Perderam o caminho. Parecia que seria tão simples e a saída era tão distante. Mas confundiram os corredores, as portas pareciam tão similares que não se sabe mais onde entraram. Ainda assim, vim procurar vocês. Queria só dizer obrigado quando encontrar mais uma vez quem me mostrou as alternativas desse labirinto, era só fechar os olhos e podia ver onde estava indo.

Agora parece muito mais claro que não se deve caminhar só em todas as estradas. E aquele vento frio que trouxe vocês aqui, ainda parecia sorrir quando nos derrubou. E o acaso que um dia nos desafiou segue seu destino e ambos seguem em frente. Mas o acaso sempre se impõe ao destino quando lhe convém e ainda diz que não teme o calor da alvorada quando for chamada ao seu encontro. Tudo estava errado quando começou.

Um castelo com cartas marcadas já estava no chão antes mesmo que os gigantes de pedra assoprassem. As luzes vão se apagando como se quisessem ficar a sós com suas sombras de medo. As horas querem correr mais que os meses, querem ver logo que aguarda após cada final. Se realmente há o que mudar. Mas em todos os lugares há sim o que mudar. Há quem mude a forma como pensa, assim como também tem quem mude o coração. Mas isso talvez seja mais comum.

Descobre-se o que nunca quis, vê o que não enxergava, mas não sente aquilo que já esqueceu. E tudo parece tão perfeito e confuso que só quem não sabe é que entende. As estatuas parece que mudaram de lugar. Agora pode-se ver o que realmente acreditamos que esteja diferente. Talvez sejamos nós quem mudamos e ainda não percebemos. E todas aquelas nuvens que levam raios dourados em seus devaneios, trazem novamente uma fagulha de esperança aos olhos que derramou suas lágrimas em ilusões passadas.

Seria tão simples se os grãos de areia caíssem no mesmo lugar, deixando pistas, sinais, qualquer indício que diga apenas esta no começo. E as caixas vazias se encheriam de esperança. E tudo que faz sentido agora é saber que não acabou. Não vai acabar ainda. Mas quem sabe pólos iguais estejam em contato. Só então... pode ser, nunca se sabe...

Um comentário:

  1. Assim como fazemos parte da vida,também somos dela expectadores.Então devemos observar tudo ao nosso redor.E bem observado! Infelizes daqueles que não contemplam a vida que lhes cerca . Perdem o seu melhor. Tanto como experiência que pode (e deve) ser aproveitada para si próprio,como na experiência no trato com os demais,com as diversas vidas que lhe são paralelas,transversais,convergentes ou divergentes,numa geometria nem sempre bem traçada,nem sempre exata (também,que graça e que vantagem há na rigidez?)
    É preciso que de cada situação,de cada momento,se aproveite o máximo.É preciso que se busque a essência de cada experiência,o por quê de cada acontecimento.Nada acontece à toa . E nenhuma vivência é avulsa .Sempre está interligada a outras,alheias .Tudo que é feito interfere no próximo e vice-versa .Os fatos podem ser únicos,porém,não exclusivos . O mundo gira,o tempo passa,as coisas mudam,se transformam . Por isso,é preciso observar sempre e tirar o máximo de cada acontecimento,de cada recordação,superação ou novidade que aparece,apresente-se ela grandiosa ou complexa,ou até mesmo por mais simples e aparentemente tola que seja,para que a vida não seja um momento efêmero,apenas...

    E..parabéns...na minha opinião,um dos seus melhores textos.Senti nele muita intensidade,sensibilidade e muita energia emanada.

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