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domingo, 15 de janeiro de 2012

O Avesso da Certeza

Um único momento em várias distorções da mesma realidade e tudo que passou, ainda parece estar perdido, deixou um rastro de poeira pelas salas, quando ainda parecia estar tudo incerto. Mas ao levantar a cabeça, viu que tudo ficou diferente, não só o lugar, as cores, mas as pessoas que viu, todos deixaram as mascaras para trás e compraram novas ilusões.

Um lugar desconhecido e completamente indiferente. Parece exatamente como era antes, quando apenas um sorriso fazia sentido. Tudo estava quebrado, caindo sob as sombras da estante, deixando de lado o pensamento indeciso na luz que reflete o pó que tenta fugir de um lugar incomum onde nunca se encontra. Vive com a dúvida sobre o que nunca aconteceu. Nesse instante baixou a cabeça tentando recuperar o fôlego. Quanto tempo ainda não passou? As estrelas continuam a cair fugindo dos cometas que desaparecem nas desilusões.

Esperavam ainda que em vão, um dia que nada fizesse sentido em suas mentes, um dia que se perderiam em seus labirintos. O dia que perderam sob os holofotes. O dia que o diamante virou carvão quando caiu dentro do jarro d'água. Aquele estranho dia que a chuva de concreto se estilhaçava em lágrimas de vidro. E ao redor tudo continua desmoronando, escondendo a porta da entrada. Não há saída, não há mais uma pista onde possam ver o sol decolar e se perder na escuridão. Não há mais luta que possam perder.

Em algum lugar onde não vão estar, estarão tão longe... nem ao menos será o meio do caminho. Não vão voltar e nem se encontrarão aqui. Ainda vai levar um tempo e tudo vai ruir... como sempre foi. Onde nunca estiveram, onde se perderam quando se viram, mas sempre evitaram o acaso, até onde puderam...

3 comentários:

  1. mano, este é um dos seus melhores texto - e só não digo O melhor pq aquele seu conto é fora de sério.

    "Um lugar desconhecido e completamente indiferente. Parece exatamente como era antes, quando apenas um sorriso fazia sentido." = MUITO FODA.

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    Respostas
    1. Muitas vezes,com receio da chuva,deixamos de ver o arco-iris.Ficamos embaixo de nosso guarda chuva e nem percebemos que a tempestade passou e que ele está lindo no céu.Porém,mesmo não o vendo,ele em nossa mente serve para nos lembrar e alertar que de vez em quando,sair na chuva e se molhar se for preciso faz parte dos riscos que temos que encarar para enxergar melhor a beleza de coisas ocultas pelo véu da rigidez imposta por nós mesmos em formatos variados,muitas vezes disfarçados e imperceptíveis...

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    2. Eu simplesmente amei seus textos.
      Só para reforçar o que eu já te disse: sou fã de seu jeito de escrever,de sua produção literária.Vc está cada vez melhor.Só pra registrar,pq como dizia Picasso:
      "Aquele que guarda um elogio fica com algo que não lhe pertence"

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